Capítulo 3: Um pouco de história do Capitalismo

Questão:
Primeira Fase: Capitalismo Comercial ou Mercantilista

É o período das grandes navegações, quando os países da Europa ocidental obtiveram muitas conquistas territoriais e fizeram destes territórios suas colônias. Nesta fase a relação entre metrópole e colônia já se apresentava com forte dependência: a colônia somente podia manter relações comerciais com a metrópole (pacto colonial). Através da teoria econômica mercantilista, os países colonizadores geraram acúmulo de capital, fato que permitiu o seu desenvolvimento e, por outro lado, o subdesenvolvimento das colônias.

Segunda Fase: Capitalismo Industrial (séc. XVIII ao XX)

Baseada no processo industrial, esta fase foi marcada pela 1ª e 2ª Revoluções Industriais e pela partilha da África e da Ásia entre as potencias colonialistas europeias – IMPERIALISMO. A produção industrial tornou-se a principal fonte de lucro e o trabalho assalariado passou a ser a relação típica do capitalismo, trazendo forte dependência, pois, quem recebia salário, acabava consumindo os produtos que ajudava a fabricar. O trabalho tornou-se mercadoria e os cidadãos mais pobres vendiam sua força de trabalho. O capital passou a ser acumulado pelas grandes potências industriais. A relação de trabalho entre a metrópole e as colônias continuava sendo dependente. As ideias liberais da burguesia predominavam: liberdade total do mercado e livre concorrência. Portanto, o Estado não poderia intervir no processo econômico, e sim, zelar pela propriedade e pela ordem.

Terceira Fase: Capitalismo Financeiro ou Monopolista (1914...)

Esta fase se desenvolve principalmente após a Primeira Guerra Mundial (1914- 1918). O capital acumulado nas etapas anteriores necessitava de outras atividades para continuar sendo multiplicado entre as potências. Foi quando se desenvolveram os bancos, as corretoras de valores e os grandes grupos empresariais e se iniciou o processo de concentração de capital.

A união entre o capital industrial e o capital de financiamento (bancário) deu origem ao capital financeiro, caracterizado pelos mercados de capitais negociados nas bolsas de valores. Um dos fatos mais marcantes desta fase foi a expansão das empresas multinacionais/transnacionais. O liberalismo econômico (liberalismo clássico) perde forças. Surge o Keynesianismo, teoria defendida pelo inglês John Maynard Keynes, por volta de 1930, que prega a intervenção estatal na economia: o estado passa a ser empresário (proprietário das empresas estatais) e planejador dos rumos econômicos.

A partir da década de 1980 as ideias do liberalismo clássico foram retomadas e reconstruídas, surgindo então o Neoliberalismo, que prega a não intervenção do Estado na economia a não ser para controlar as crises. Hoje o Neoliberalismo sede lugar à política de globalização da economia.

Surgimento de Monopólios e Oligopólios

A concentração de capital nas mãos de poucas pessoas ou empresas trouxe como consequência a monopolização e, depois, a oligopolização de vários setores da economia, que passaram a ser dominados por grandes grupos econômicos. O objetivo da união de empresas era enfrentar a concorrência.

O Monopólio ocorre quando uma empresa domina a oferta de determinado produto ou serviço. Uma forma mais aprimorada de monopólio é o oligopólio, quando um grupo de empresas domina o mercado desses produtos ou serviços. Podemos citar as seguintes formas de oligopólios:

• Cartel: formado por empresas independentes que fazem produtos semelhantes e têm acordos para dominar os mercados destes produtos. Ex.: montadoras de veículos, empresas de tabaco, de exploração de petróleo.

• Truste: Empresas que abrem mão de sua independência e se unem para constituir uma única organização. Podem ser constituídos por empresas que trabalham com o mesmo ramo de produtos, como por exemplo um truste de empresas de laticínios ou por empresas que cuidam de todo o processo de produção, desde a matéria-prima até o produto acabado, como por exemplo uma empresa que controla desde a plantação de cana-de-açúcar até a produção industrial do álcool e de açúcar.

• Conglomerado: É formado por empresas que diversificam sua produção para dominar a oferta de certos produtos ou serviços. Geralmente é administrado por uma Holding (empresa que possui a maioria das ações do conglomerado) e atua em vários ramos de produção. Ex.: Mitsubishi.

Características do sistema socialista:

Da mesma forma que o capitalismo, o socialismo também é um sistema socioeconômico, porém com características opostas às daquele sistema. Implantada pela primeira vez na Rússia, em 1917, que posteriormente viria constituir a antiga União Soviética (URSS). Nesse sistema os meios de produção são propriedade do Estado e é ele próprio que acumula as riquezas e se encarrega de distribuí-las na sociedade. Em outras palavras, as atividades econômicas são desenvolvidas, em sua quase totalidade por empresas estatais,que obedecem a um planejamento de órgãos do Estado. Esse planejamento também conhecido com economia planificada, estabelece, inclusive, os produtos que as empresas devem produzir, pois o objetivo não é o lucro nem a satisfação da rede de necessidades supérfluas, de uma sociedade comunista, mas atender às necessidades básicas da coletividade: moradia, transporte, educação, emprego, alimentação etc.. Neste aspecto caberia a transporte, educação, emprego, alimentação etc.. Neste aspecto caberia ao Estado também determinar os preços finais dos produtos disponibilizados à população. O surgimento do socialismo apoiado em ideais que pressupunham igualdade social e econômica foi decorrência da necessidade de superação das dificuldades sociais originadas pelo capitalismo. Com o tempo esses princípios foram desvirtuados, e o socialismo passou a produzir distorções do pensamento teórico comunista e a reproduzir os equívocos do sistema capitalista, já que o controle dos meios de produção ficava nas mãos de um restrito grupo de pessoas responsáveis pelas ações do Estado. Tais mudanças caracterizam o que se conhece por socialismo real, expressão que identifica o socialismo posto em prática pela maioria absoluta dos países que adotaram o sistema.